Mercado vê inflação mais alta em 2017 após aumento de imposto do combustível
Analistas ouvidos na semana passada pelo Banco Central elevaram estimativa para inflação de 3,29% para 3,33%. Mercado manteve previsões para alta do PIB e para os juros.
Após o governo anunciar o aumento da alíquota de PIS e Cofins sobre os combustíveis,
economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para a inflação
neste ano, informou nesta segunda-feira (24) o Banco Central no
relatório conhecido como Focus.
De acordo com os analistas, ouvidos pelo BC na semana passada, a
inflação agora deve ficar em 3,33%, na média. No relatório anterior,
feito com base nas previsões coletadas pelo Banco Central na semana
retrasada, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 3,29%, na
média.
A nova estimativa interrompe uma sequência de sete quedas seguidas no
indicador. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas pelo BC.
Apesar da alta, a nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e
deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou
reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À
época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional
de forma mais intensa.
Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada
formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de
tolerância também fixado pelo CMN.
Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para
cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA
terminar este ano entre 3% e 6%.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação ficou
estável em 4,20% na última semana. O índice segue abaixo da meta central
(que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.
PIB e Juros
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro
manteve sua estimativa de crescimento em 0,34%. Para 2018, os
economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de
expansão da economia em 2%.
O mercado financeiro também manteve sua previsão para a taxa básica de
juros da economia, a Selic, de 8% ao ano para o fechamento de 2017.
Ou seja, os analistas continuaram a estimar uma redução dos juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para
a taxa Selic permaneceu 8% ao ano. Com isso, estimaram que os juros
ficarão estáveis no ano que vem.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio do dólar no fim de 2017 ficou estável
em R$ 3,30. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a
moeda norte-americana recuou de R$ 3,45 para R$ 3,43.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial
(resultado do total de exportações menos as importações) em 2017
permaneceu em US$ 60 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a
estimativa dos especialistas do mercado para o superávit caiu de US$
47,8 bilhões para US$ 45,5 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros
diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a
estimativa dos analistas ficou estável também em US$ 75 bilhões.
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