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Estudo revela que 8% da riqueza mundial está em paraísos fiscais

Ao menos US$ 7,6 trilhões - 8% da riqueza mundial - estão em contas de particulares em paraísos fiscais

A Lenda oriental

Um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e aproximando-se de um velho perguntou-lhe:

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Ativo Intangível: Mensuração e Reconhecimento

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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Com influência do Brasil, desemprego na América Latina e Caribe deve subir pelo 3º ano seguido, diz OIT


Em relatório, a organização prevê que a taxa de desocupação comece a cair em 2018. 

O desemprego na região da América Latina deve terminar 2017 em alta pelo terceiro ano consecutivo, mas a previsão para 2018 é de queda no índice que mede a desocupação. É o que estima a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em relatório divulgado nesta segunda-feira (18), que aponta ainda que a recuperação do Brasil já se reflete no mercado de trabalho.
Segundo a OIT, a taxa de desocupação na América Latina deve terminar o ano em 8,4%, depois de fechar 2016 em 7,9%. Para 2018, a previsão para o dado é de 8,1%.
No entanto, os números são fortemente influenciados pelos dados do Brasil, que representa cerca de 40% da população economicamente ativa da região. Por isso, a OIT apresentou os mesmos dados sem incluir o Brasil na conta.
O resultado é que, sem considerar o Brasil, o desemprego na América Latina deve cair já em 2017, com a taxa de desocupação passando de 6,1% no ano passado para 5,8%.
Segundo a pesquisa, a taxa de ocupação da região caiu 0,2 ponto percentual no terceiro trimestre, puxada pelo recuo brasileiro de 0,8 ponto percentual no Brasil.
O Brasil se destaca no relatório da OIT como o maior crescimento da taxa de desocupação no trimestre. No ano passado, 13 dos 19 países da região tiveram aumento no índice no mesmo período, enquanto em 2017 foram apenas 9. Entre eles, o Brasil lidera o ranking de alta do desemprego, com aumento de 1,8 ponto percentual. 
No Brasil, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostra que, no trimestre terminado em outubro, o índice de desempregou ficou em 12,2% - o que mostra queda em relação ao trimestre anterior, mas um aumento na comparação com o ano passado. Além disso, O IBGE também mostra que, de fevereiro a outubro, 74% das vagas de trabalho criadas no país foram informais. 

Recuperação brasileira

A OIT aponta que “a recuperação do crescimento econômico no Brasil já está se expressando em alguns desenvolvimentos positivos no mercado de trabalho”.
“Com um crescimento esperado ainda mais alto em 2018, é muito provável que melhorem os indicadores de desocupação brasileiros e regionais”, diz a OIT, afirmando ainda que essa recuperação deve ajudar a impulsionar o crescimento da região como um todo.
Segundo a OIT, alguns fatores que “explicam a recuperação da região [...] estão associados ao comportamento das economias do Brasil e da Argentina, que representam um pouco mais de 50% do PIB da região”.
“Se é certo que em 2016 o Brasil viu agravado seu panorama econômico adverso por uma crise política que, por um lado, paralisou a formulação de políticas econômicas e por outro, prejudicou gravemente a confiança, também é certo que o impacto da dita crise política sobre a economia brasileira se diluiu bastante durante 2017”, comenta a OIT.
O relatório aponta que a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o Brasil é de 0,7% em 2017 e 1,5% em 2018. Por aqui, o governo estima uma alta maior, de 1,1% neste ano e de 3% em 2018.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Juro deve cair para 7,5% ao ano nesta quarta e baixar rendimento da poupança


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (25) para definir a taxa básica de juros e a estimativa de analistas do mercado é de que a Selic será reduzida dos atuais 8,25% para 7,5% ao ano.
Se confirmada essa previsão, será o nono corte consecutivo nos juros básicos da economia, o que levará a taxa ao menor patamar desde abril de 2013, ou seja, em pouco mais de quatro anos.
Nesse patamar, a taxa também ficaria muito próxima da mínima histórica, de 7,25% ao ano, que vigorou entre outubro de 2012 e abril de 2013.
A estimativa dos analistas é que o juro continue a recuar nos próximos meses, chegando a 7% ao final deste ano, e permanecendo neste patamar até o final de 2018. 
A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2017 e para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais, de modo que o IPCA pode variar entre 3% e 6% nestes anos sem que a meta seja formalmente descumprida.
Normalmente, quando a inflação está alta o BC eleva a Selic na expectativa de o encarecimento do crédito freiar o consumo e, com isso, a inflação cair. Essa medida, porém, afeta a economia e gera desemprego.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo CMN, o BC reduz os juros. É o que está acontecendo neste momento. 
Após uma longa recessão, a economia dá sinais de reaquecimento, mas os preços ainda seguem comportados por conta, também, de boas safras agrícolas.
De janeiro a setembro, segundo o IBGE, a inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 1,78%, bem abaixo dos 5,51% em igual período do ano passado. Foi a menor inflação acumulada até setembro desde 1998.
Para 2017, o mercado financeiro prevê que a inflação ficará em 3,06%, abaixo da meta de 4,5% fixada pelo CMN para este ano. A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. 

Rendimento da poupança

Com o recuo da taxa básica de juros nesta quarta-feira, o rendimento da poupança também deve ficar menor a partir desta quinta (26).
Isso porque a regra atual, em vigor desde maio de 2012, prevê corte nos rendimentos da poupança quando a Selic ficar abaixo de 8,5%.
Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
Se o juro básico da economia recuar para 7,5% ao ano, a partir desta quinta a correção da poupança passaria a ser de 70% desse valor - o equivalente a 5,25% ao ano, mais Taxa Referencial.
O rendimento da poupança pode ficar ainda menor caso o Copom promova novos cortes na Selic nos próximos meses - analistas consultados pelo BC estimam que os juros básicos terminem 2017 em 7% ao ano.
No fim do ano passado, dado mais recente, o país tinha mais de 148 milhões de contas poupança ativas, que concentravam R$ 658 bilhões. Em setembro deste ano, o valor já havia subido para R$ 694 bilhões.

Por que a regra mudou?

Desde 1991, a poupança rende, ao menos, 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais a Taxa Referencial, com exceção de um período entre maio de 2012 e julho de 2013, quando os juros básicos da economia também ficaram abaixo de 8,5% ao ano.

A medida visa evitar que a poupança fique mais atrativa que os demais investimentos, cujos rendimentos caem junto com a Selic. Sem o redutor, a poupança passaria a atrair recursos de grandes poupadores, que deixariam de comprar títulos públicos.
Se isso acontecesse, um dos prejudicados seria o governo, que teria dificuldades para fazer a chamada "rolagem" da dívida pública, ou seja, a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para pagar os papéis que estão vencendo.


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Rombo nas contas do governo em agosto cai 52%, para R$ 9,59 bilhões


No acumulado de janeiro a agosto, porém, déficit fiscal aumentou para R$ 85,8 bilhões, o pior resultado para o período em 21 anos.

 

As contas do governo apresentaram um déficit primário de R$ 9,59 bilhões em agosto, informou nesta quinta-feira (28) a Secretaria do Tesouro Nacional. Isso quer dizer que as despesas superaram as receitas neste valor. A conta não considera, porém, os gastos com o pagamento de juros da dívida pública.
De acordo com dados oficiais, o rombo fiscal foi 52,7% menor que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando somou R$ 20,3 bilhões - no que foi o pior resultado para meses de agosto da série histórica, que tem início em 1997.
A melhora nas contas públicas em agosto acontece em um momento no qual a economia brasileira começa a se recuperar da forte recessão dos últimos anos - com algum reflexo na arrecadação.
Ao mesmo tempo, o governo tem dificuldades para cortar gastos, pois as despesas obrigatórias consomem cerca de 90% do orçamento. 

No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, porém, as contas do governo apresentaram um déficit primário de R$ 85,8 bilhões, com aumento de 12,9% frente ao mesmo período do ano passado (-R$ 75,99 bilhões).
O resultado deste ano foi o pior, para este período, desde que os números começaram a ser calculados pelo Tesouro Nacional, há 21 anos atrás.
O governo lembra que houve uma antecipação, em maio e junho de 2017, do pagamento de precatórios que normalmente aconteceria no fim do ano.
Sem esse efeito, informou o governo, as contas do governo teriam registrado um rombo menor, de R$ 18,1 bilhões nos oito primeiros meses deste ano.

Precatórios são dívidas do poder público resultantes de condenação judicial definitiva.
"Desconsiderando-se a antecipação de precatórios, o resultado acumulado teria sido um déficit de R$ 67,7 bilhões", informou o Tesouro Nacional.
  • As receitas totais recuaram 0,7% em termos reais (após o abatimento da inflação) de janeiro a agosto deste ano, para R$ 883 bilhões.
  • as despesas, cresceram 0,3% na comparação com os oito primeiros meses do ano passado, para R$ 815 bilhões.

Previdência Social

Os números oficiais mostram também que o rombo da Previdência Social (sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado) avançou de R$ 87,57 bilhões, nos oito primeiros meses de 2016, para R$ 113,27 bilhões no mesmo período deste ano, um aumento de 29,3%.
Para 2017, a expectativa do governo é de que o INSS registre resultado negativo de R$ 185,7 bilhões.
O Congresso discute proposta do governo Michel Temer para a reforma da Previdência. De acordo com o governo, o objetivo da medida é frear o crescimento do déficit do INSS.

Concessões, dividendos e investimentos

Nos oito primeiros meses deste ano, ainda de acordo com os dados oficiais, as receitas com concessões registraram forte queda, para R$ 4,78 bilhões, contra R$ 20,91 bilhões no mesmo período do ano passado.
Esse valor, porém, subirá, uma vez que o governo concluiu nesta semana leilões de usinas hidrelétricas em Minas Gerais, arrecadando R$ 12,13 bilhões, além de outros R$ 3,8 bilhões em bônus relativos ao leilão de blocos de petróleo e gás.
Por outro lado, houve um aumento no recebimento de dividendos, que totalizaram R$ 4,64 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, em comparação com R$ 1,27 bilhão no mesmo período de 2016.
Dividentos são uma remuneração recebida pela participação acionária em empresas. No caso do governo federal, essa remuneração vem das ações detidas pela União em empresas como Petrobras. 

Os dados oficiais mostram que o governo também diminuiu fortemente o pagamento de investimentos feitos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida: de R$ 24,75 bilhões, entre janeiro e agosto de 2016, para R$ 14,14 bilhões no mesmo período deste ano - uma queda de 42,8%.

Meta fiscal

Todos os anos, o governo precisa cumprir uma meta pré-estabelecida para o resultado das contas públicas. Para 2017, ela é de déficit (resultado negativo) de R$ 159 bilhões.
Esse valor foi recentemente alterado pelo Congresso, após proposta do governo. A meta anterior, que já foi modificada, era mais baixa, de um rombo de até R$ 139 bilhões.
Com a mudança, o governo ganhou uma folga de R$ 20 bilhões, dos quais serão liberados, para novos gastos, R$ 12,8 bilhões, conforme anúncio feito na semana passada pelo Ministério do Planejamento.
Antes da mudança da meta, o bloqueio no orçamento, em relação aos valores aprovados pelo Congresso Nacional, era de cerca de R$ 45 bilhões.
Com o orçamento apertado e os gastos limitados pela regra do teto, que começou a valer neste ano, o governo já reduziu investimentos e sofre para manter alguns serviços.
Mesmo com a liberação de mais R$ 12,8 bilhões em gastos, cerca de R$ 32,2 bilhões em despesas permanecerão contingenciados.
Na semana passada, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, avaliou que este ainda é um "nível elevado de contingenciamento". "Os órgãos deverão manter sua política de contenção de despesas", disse ele naquele momento.
Para tentar atingir a meta fiscal deste ano, o governo já tinha anunciado a elevação da tributação sobre combustíveis e conta também com recursos do novo Refis (cerca de R$ 8,8 bilhões).
Porém, nesta quarta-feira (27), o Congresso Nacional aprovou regras mais benéficas para este parcelamento de tributos atrasados, que deverá reduzir essa estimativa de arrecadação.


 

segunda-feira, 24 de julho de 2017


Mercado vê inflação mais alta em 2017 após aumento de imposto do combustível

Analistas ouvidos na semana passada pelo Banco Central elevaram estimativa para inflação de 3,29% para 3,33%. Mercado manteve previsões para alta do PIB e para os juros.

Após o governo anunciar o aumento da alíquota de PIS e Cofins sobre os combustíveis, economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para a inflação neste ano, informou nesta segunda-feira (24) o Banco Central no relatório conhecido como Focus.
De acordo com os analistas, ouvidos pelo BC na semana passada, a inflação agora deve ficar em 3,33%, na média. No relatório anterior, feito com base nas previsões coletadas pelo Banco Central na semana retrasada, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 3,29%, na média.
A nova estimativa interrompe uma sequência de sete quedas seguidas no indicador. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas pelo BC.
Apesar da alta, a nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa.
Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN.
Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação ficou estável em 4,20% na última semana. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.

PIB e Juros

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro manteve sua estimativa de crescimento em 0,34%. Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de expansão da economia em 2%.
O mercado financeiro também manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 8% ao ano para o fechamento de 2017.
Ou seja, os analistas continuaram a estimar uma redução dos juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic permaneceu 8% ao ano. Com isso, estimaram que os juros ficarão estáveis no ano que vem.

Câmbio, balança e investimentos

Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio do dólar no fim de 2017 ficou estável em R$ 3,30. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana recuou de R$ 3,45 para R$ 3,43.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 permaneceu em US$ 60 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit caiu de US$ 47,8 bilhões para US$ 45,5 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas ficou estável também em US$ 75 bilhões.

 

sábado, 8 de julho de 2017

Ações contra a Petrobras nos EUA precisam de mudanças, diz tribunal


Juiz deve redefinir quais investidores podem processar a petroleira para reaver supostas perdas ligadas à corrupção.

Um juiz dos EUA deve redefinir quais grupos de investidores podem processar a Petrobras na tentativa de recuperar bilhões de dólares de supostas perdas ligadas ao escândalo de corrupção que envolveu a petroleira no Brasil, afirmou nesta sexta-feira (7) um tribunal de recursos norte-americano.
Entretanto, o 2º Tribunal de Apelações do Circuito dos EUA em Manhattan rejeitou o pedido da Petrobras de que ele imponha um padrão mais difícil para os investidores nas ações antes de provarem que foram lesados.
Jeremy Lieberman, um advogado dos investidores, afirmou em um comunicado que estava "muito satisfeito" com a decisão, que em sua avaliação abriu caminho para que seus clientes busquem uma data de julgamento. O litígio foi suspenso na pendência da resolução do recurso.
Em nota, a Petrobras destacou que a Corte Federal de Apelações em Nova York acolheu em parte recurso da empresa. E empresa disse ainda que "dentre outras questões, a Corte entendeu que o juiz deveria ter considerado a necessidade de prova de localização das transações nos Estados Unidos através de evidências comuns aos membros da classe".
Investidores moveram ações judiciais após promotores no Brasil acusarem ex-executivos da Petrobras de aceitarem subornos ao longo de uma década, principalmente de empresas de construção e engenharia.
A Petrobras afirmou que foi uma vítima, mas seu valor de mercado mergulhou quando o escândalo se aprofundou.

 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Após denúncias contra Temer, mercado vê inflação mais alta e PIB menor


Previsão para a inflação subiu de 3,92% para 3,95% em 2017, interrompendo 11 semanas de queda. Para o PIB, estimativa caiu de alta de 0,50% para 0,49%.

O mercado financeiro começou a ajustar suas estimativas para a economia após as denúncias de executivos da JBS de que o presidente Michel Temer teria dado aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. As previsões de inflação para 2017 e para 2018 subiram e as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recuaram.
As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (29) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 – a "inflação oficial" do país –, o mercado subiu sua previsão de 3,92% para 3,95%. Com isso, foi interrompida uma sequência de onze semanas de queda do indicador.
Mesmo assim, manteve-se a expectativa de que a inflação deste ano ficará abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa.
Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN. Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%.
No ano passado, a inflação ficou acima da meta central, mas dentro do intervalo definido pelo CMN. Já em 2015, a meta foi descumprida pelo BC – naquele ano, a inflação superou a barreira dos 10%.
Já para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação avançou de 4,34% para 4,40%. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.

Produto Interno Bruto

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro reduziu sua estimativa de crescimento de 0,50% para 0,49%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2018, os economistas das instituições financeiras baixaram sua estimativa de expansão da economia estável de 2,50% para 2,48%.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 8,5% ao ano no fechamento de 2017. Ou seja, os analistas continuam estimando novas reduções de juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic continuou em 8,5% ao ano. Com isso, estimaram que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Entretanto, também prejudicam a economia e geram desemprego.

Câmbio, balança e investimentos

Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio do dólar no fim de 2017 subiu de R$ 3,23 para R$ 3,25. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana avançou de R$ 3,36 para R$ 3,37.
No dia seguinte à divulgação das denúncias envolvendo Temer (18), a moeda norte-americana disparou e fechou na maior alta em 18 anos, subindo 8,15% e cotado a R$ 3,38. Depois, a divisa entrou em um movimento de ajuste, mas ainda terminou a semana passada com alta acumulada de 0,25%. Na última sexta-feira (26), o dólar fechou a R$ 3,26.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 56 bilhões para US$ 56,2 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit foi elevada de US$ 42,9 bilhões para US$ 43,1 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, recuou de US$ 79,5 bilhões para US$ 79 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas permaneceu estável em US$ 78,75 bilhões.

Crise política

O presidente Michel Temer foi gravado por Joesley Batista, dono da JBS, supostamente dando aval para a compra o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Na conversa, o empresário ainda confessou que vinha usando juízes e um procurador da República para obter vantagens para suas empresas e Temer deu seu aval para seu nome fosse usado por Joesley para obter ajuda junto ao ministro da Fazenda.
A Procuradoria-Geral da República alega que Temer deu "anuência" para o pagamento de propina a Cunha e tentou impedir o avanço da Lava Jato. Ele será julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.
Apesar de Temer já ter declarado que não irá renunciar, o escândalo colocou em cheque sua permanência no comando do país até o fim de 2018. O mercado teme que as reformas de que o país depende para sair da recessão, em especial a da Previdência, não sejam aprovadas caso a equipe econômica seja trocada.
Diante da crise política, a agência de classificação de risco Moody's alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para negativa na sexta-feira (26). No mesmo dia, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, pediu demissão alegando motivos pessoais.
Essas incertezas estão refletidas na piora dos indicadores para inflação e PIB divulgados no Focus.

 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Taxa de juros do cartão de crédito cai ao menor nível desde 2015, diz Anefac


As taxas médias de juros cobradas nas operações de crédito caíram em abril pelo 5º mês seguido, segundo pesquisa mensal divulgada nesta quinta-feira (13) da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Os juros do cartão de crédito ficaram em 397,75% - a menor média desde abril de 2015, quando a taxa era de 378,76%.
Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, aponta, no entanto, que os patamares dos juros ainda são considerados altos.
Segundo o levantamento, todas as 6 linhas de crédito para pessoa física e 3 linhas para pessoa jurídica pesquisadas reduziram suas taxas de juros no mês na comparação com o mês anterior.
A nova queda é atribuída à nova redução da Selic promovida pelo Banco Central em sua última reunião de abril e a avaliação da Anefac é que sejam feitas novas reduções da taxa básica de juros, o que poderá possibilitar novas diminuições das taxas cobradas pelos bancos.
"Mas é necessário ter cautela tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência por conta da recessão econômica em curso bem como o desemprego elevado, pois pode haver o risco de novas elevações das taxas de juros das operações de crédito aos consumidores tanto na pessoa física quanto na jurídica", ressalva Oliveira.
Veja a variação de taxas por linha de crédito:

Para pessoas físicas

Na média, o juro do crédito para pessoa física passou de 153,78% ao ano, em março, para 148,20% ao ano em abril. Trata-se da menor taxa de juros desde fevereiro de 2016.
Cartão de crédito: de 442,33% ao ano (março) para 397,75% ao ano (abril)
Cheque especial: de 305,76% a.a. (março) para 302,31% a.a. (abril)
Juros do comércio: de 98,05% a.a. (março) para 95,82% a.a (abril)
Financiamento de automóveis (bancos): de 30,60% a.a. (março) para 30,30% a.a. (abril)
Empréstimo pessoal (bancos): de 70,17% a.a. (março) para 68,62% a.a. (abril)
Empréstimo pessoal (financeiras): de 158,90% a.a. (março) para 156,05% a.a. (abril)

Para pessoas jurídicas

Para pessoa jurídica, a taxa de juros média caiu de 72,33% ao ano em março para 71,15% ao ano em abril, sendo a menor taxa de juros desde março de 2016.
Capital de giro: de 34,80% ao ano (março) para 34,33% ao ano (abril)
Desconto de duplicatas: de 42,91% ao ano (março) para 42,24% ao ano (abril)
Conta garantida: de 162,37% ao ano (março) para 159,48% ao ano (abril)

Cartão de crédito

A queda do juro do cartão de crédito ocorre após uma mudança na regulamentação da linha de rotativo, que permite ao cliente fazer o pagamento mínimo da fatura. Com a nova regra que entrou em vigor em abril deste ano, o consumidor só pode entrar no rotativo uma vez. No mês seguinte, ele terá de efetuar o pagamento total da fatura ou entrar me uma linha de crédito pessoal.
Os dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços mostram uma queda ainda maior no juro do rotativo em abril. Os dados consideram apenas as taxas dos cinco maiores emissores e desconsideram o juro dos pagamentos em atraso.
Na terceira semana de abril, as taxas dos cinco maiores emissores de cartão foram de 456,6% ao ano para 233,9% ao ano, em média. Considerando os juros ao mês, a queda foi de 15,4% para 10,6%.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Contas do governo têm maior rombo para março e 1º trimestre em 21 anos


De janeiro a março, déficit primário nas contas do governo atingiu R$ 18,29 bilhões, informou nesta quinta-feira a Secretaria do Tesouro Nacional.

As contas do governo federal registraram rombo recorde no mês de março e no primeiro trimestre deste ano, segundo números divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27).

Somente em março, as despesas do governo superaram as receitas com impostos em R$ 11,06 bilhões - o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1997. De janeiro a março, o chamado déficit primário totalizou R$ 18,29 bilhões, também o pior para o período em 21 anos.
Essas contas não levam em consideração os gastos do governo federal com o pagamento dos juros das dívida pública.
O fraco resultado das contas públicas acontece em um ambiente ainda de baixo nível de atividade, que tem resultado em queda da arrecadação.
Embora apareçam alguns sinais de melhora do ritmo da economia, como alta da confiança e da produção industrial, o desemprego ainda segue alto, o que impõe uma velocidade menor ao ritmo de recuperação.

Receitas e despesas

De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, as receitas totais recuaram 3,2% em termos reais (após o abatimento da inflação) no primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2016, para R$ 334,43 bilhões.
Por outro lado, as despesas totais recuaram de forma mais intensa nesta comparação: somaram R$ 293,76 bilhões no primeiro trimestre de 2017, com queda de 4,9% em termos reais quando comparadas ao mesmo período de 2016.

Rombo da Previdência Social

A Secretaria do Tesouro Nacional informou que o rombo da Previdência Social (sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado) avançou de R$ 28,98 bilhões, no primeiro trimestre de 2016, para R$ 40 bilhões nos três primeiros meses deste ano, um aumento de 38,1%.
Para 2017, a expectativa do governo é de que o INSS registre novo resultado negativo, de R$ 188,8 bilhões.
O Congresso discute proposta do governo Michel Temer para reforma da Previdência. De acordo com o governo, o objetivo da medida é frear o crescimento do déficit do INSS.
A proposta original previa idade mínima de aposentadoria de 65 anos, para homens e mulheres, entre outras mudanças. Entretanto, o relator do reforma na Câmara, deputador Arthur Maia (PPS-BA), apresentou um novo texto, com regras menos rígidas.
O objetivo do governo é tentar manter a sustentabilidade das contas públicas, diante de um déficit crescente do sistema previdenciário brasileiro.

Concessões e investimentos

Nos três primeiros meses deste ano, ainda de acordo com os dados oficiais, as receitas com concessões registraram forte queda, para R$ 560 milhões, contra R$ 11,63 bilhões no mesmo período do ano passado.
Por outro lado, houve um pequeno aumento no recebimento de dividendos, que totalizaram R$ 1,77 bilhão nos três primeiros meses deste ano, em comparação com R$ 392 milhões no mesmo período de 2016.
Os dados oficiais mostram que o governo também diminuiu fortemente o pagamento de investimentos de janeiro a março deste ano, para R$ 5,75 bilhões. No mesmo período de 2016, os gastos com investimentos somaram R$ 14,14 bilhões.

Meta fiscal e medidas de ajuste

A meta fiscal do governo federal para este ano é de déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de até R$ 139 bilhões. Neste começo de 2017, as receitas com impostos foram menores que as previstas, o que levou a equipe econômica a anunciar, no mês passado, uma série de medidas para tentar atingir a meta. São elas:
  • Bloqueio de R$ 42,1 bilhões em gastos públicos
  • Receita extra com o aumento da tributação sobre a folha de pagamento: R$ 4,8 bilhões
  • Receitas extras com relicitação de 4 hidrelétricas: R$ 10,1 bilhões
  • Receita extra com a equiparação da alíquota de IOF de cooperativas de crédito, com a cobrada de bancos: R$ 1,2 bilhão
No ano passado, o rombo fiscal somou R$ 154,2 bilhões, o maior em 20 anos. Em 2015, o déficit fiscal totalizou R$ 115 bilhões. A consequência de as contas públicas registrarem déficits fiscais seguidos é a piora da dívida pública e mais pressões inflacionárias.
Os analistas das instituições financeiras, porém, preveem que a meta fiscal não será cumprida em 2017. Estimativa do mercado feita em janeiro, e divulgada recentemente, aponta para um rombo de R$ 147 bilhões nas contas do governo neste ano, acima da meta fiscal.

 

terça-feira, 21 de março de 2017

Petrobras fecha 2016 com prejuízo de R$ 14,8 bilhões


Foi o 3º ano consecutivo de resultados negativos. No 4º trimestre do ano passado, porém, empresa teve lucro de R$ 2,5 bilhões.


A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 14,824 bilhões em 2016, informou a estatal nesta terça-feira (21). Foi 3º ano consecutivo de resultados negativos. Em 2015, a estatal registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões. Em 2014, as perdas somaram R$ 21,6 bilhões.
Em comunicado, a Petrobras atribuiu o novo prejuízo "em função, principalmente, do impairment" (reavaliação de ativos da companhia e de investimentos), no valor total de R$ 20,89 bilhões. Na prática, a estatal reconheceu que seus ativos valem menos e lançou isso nos seu balanços financeiros. Somente no 3º trimestre, a empresa lançou perdas de R$ 15,7 bilhões

O destaque positivo ficou por conta da redução do endividamento. No final de 2016, a dívida líquida da Petrobras somou R$ 314,12 bilhões, o que representa uma queda de 20% ante os R$ 392 bilhões no final de 2015. Em dólares, o endividamento líquido recuou 4%, passando de US$ 100,4 bilhões para US$ 96,38 bilhões.
"A empresa ainda tem uma dívida importante e nosso trabalho precisa continuar para reduzirmos a nossa dívida a patamares razoáveis", disse Pedro Parente, presidente da empresa, em coletiva de imprensa após a divulgação do balanço. "Ainda é a maior dívida relevante de todas as companhias de óleo e gas do mundo. Se você pegar todos os estados da federação, excluindo São Paulo, a nossa dívida é maior. Nós não podemos descuidar dessa nossa dívida." 

Com mais um resultado negativo, esse deve ser também o terceiro ano seguido em que a Petrobras não paga dividendos aos seus acionistas. “Com relação ao fato de que não vamos pagar dividendos, embora seja o desejo da empresa de faze-lo o mais rápido possível, não tivemos resultado positivo para tanto", disse Parente.
“Acho que a trajetória de fluxo de caixa positivo e constante permanece. Com relação ao resultado, a gente tem que esperar o decorrer do ano. A gente não faz previsão de resultado", complementou Ivan Monteiro, direotr financeiro da empresa. 

Lucro no 4º trimestre

No 4º trimestre do ano passado, empresa teve lucro de R$ 2,5 bilhões, após ter registrado prejuízo de R$ 16,4 bilhões no 3º trimestre, revertendo também as perdas R$ 36,9 bilhões do 4º trimestre de 2015. No 2º trimestre, teve lucro líquido de R$ 370 milhões e, no 1º trimestre, prejuízo de R$ 1,2 bilhão.
O resultado dos 3 últimos meses do ano passado, no entanto, veio abaixo do esperado pelo mercado. A previsão média de analistas consultados pela Reuters era de lucro de R$ 3,7 bilhões.
A empresa disse que o lucro no último trimestre foi puxado, entre outros fatores, pelo aumento de 12% das exportações, além da redução nas despesas financeiras, gerais e administrativas. Houve ainda ganhos de R$ 2,9 bilhões com a venda da participação da Petrobras no bloco exploratório BM-S-8 (Carcará).
"Com a maior geração operacional e a redução de investimentos em 32%, a empresa alcançou um fluxo de caixa livre de R$ 41,57 bilhões", informou a Petrobras, acrescentando que o 4º trimestre foi o sétimo trimestre consecutivo de fluxo de caixa livre positivo.

Receita e investimentos recuam

Em 2016, a receita líquida somou R$ 282,58 bilhões, o que corresponde a uma queda de 12% na comparação com 2015. A maior queda em volume total de vendas foi de óleo combustível, com recuo de 36%. As vendas da gasolina tiveram redução de 1% e de diesel, de 15%.
Os investimentos totais também caíram. Entre 2015 e 2016, foram de R$ 76 bilhões para R$ 55 bilhões, um recuo de 27%.
A estatal informou que houve uma redução de 12% do número de empregados da companhia na comparação com 2015, após um Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário. A Petrobras fechou 2016 com 68.829 funcionários. Parente afirmou nesta terça que a empresa não tem planos de novas reduções do quadro. "É claro que esperamos voltar a um cenário normal, e voltar a contratar", comentou Parente.
O EBITDA, referência utilizada pelo mercado financeiro como uma aproximação da geração de caixa, foi de R$ 24,8 bilhões no 4º trimestre e de R$ 88,7 bilhões em 2016, 16% superior ao ano anterior.

Produção

A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu em 2016 recorde histórico anual, alcançando 2.144.256 barris por dia (bpd), um aumento de 0,75% ante o ano anterior.
A diretora da Exploração e Produção, Solange Guedes, afirmou que, para 2017, a previsão é de aumento da produção com três sistemas definitivos que começarão a operar: Lula Sul, Tartaruga Verde e Mestiça e Lula Norte. “Nós da companhia estamos muito orgulhos e felizes, principalmente pela Lula Sul, a primeira que iremos operar na camada pré-sal no Campo de Lula”, disse. 

Crise e plano de venda de ativos

Em meio à crise detonada pela Lava Jato e pela queda dos preços internacionais do petróleo, o endividamento líquido da Petrobras passou de um patamar de R$ 100 bilhões no final de 2011 para R$ 392 bilhões no final de 2015.
Para melhorar suas finanças, a estatal anunciou em setembro um corte de 25% nos investimentos previstos para os próximos 5 anos, além de um plano de venda de ativos.
O diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro, destacou nesta terça-feira que o programa de parcerias e desinvestimentos atingiu 90% da meta da empresa, e o valor total de transações já assinadas somou US$ 13,6 bilhões.
O plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar mais US$ 21 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018.
No dia 15, o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou a Petrobras a retomar a venda de ativos. Entretanto, o TCU determinou que a estatal reinicie todos os processos de venda para que eles sigam um novo conjunto de regras, de forma a garantir mais transparência e maior concorrência. 

Petróleo em baixa e política de preços

Ao ser questionado sobre a expectativa de aumento no preço do barril do petróleo, Parente enfatizou que o plano estratégico da companhia considera vários cenários. “O que nós podemos dizer é que nosso plano está dentro daquilo que prevíamos e não trabalha com um cenário determinístico, mas inclusive com um cenário de estresse", disse.
Ao ser questionado sobre a política de preços da Petrobras, Parente ressaltou que não haverá revisão. A empresa adotou uma política de revisão de preços pelos menos uma vez a cada 30 dias. 

Parente enfatizou que a companhia considera, dentre diversas variáveis para estabelecer seus preços, o valor do petróleo no mercado mundial, a taxa de câmbio e, principalmente, a participação no mercado. “Se nós temos uma situação onde os mercados apontam redução de preços e nós insistimos em manter preços elevados nós podemos perder marketing share [participação no mercado] e isso não nos interessa”. 





quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Prévia' do PIB do Banco Central aponta que economia encolheu 4,3% em 2016


Se confirmado resultado, esse será o segundo ano seguido de retração da economia brasileira, que atravessa período de recessão.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (16) e que é considerado uma "prévia" do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), aponta que a economia brasileira encolheu 4,34% em 2016.
Foi o segundo ano seguido de retração da atividade econômica e, se confirmada, a queda do PIB em 2016 será a maior desde 1990, quando atingiu -4,35%. O resultado oficial do PIB só será divulgado em 7 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice de 4,34% do IBC-Br é resultado da comparação entre os anos de 2016 e 2015 sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais (ano contra ano). Essa comparação é avaliada como mais apropriada por economistas. Com ajuste sazonal, o recuo do PIB no ano passado, apurado pelo BC, foi de 4,55%.

O que é o PIB

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado negativo do ano passado é reflexo da crise econômica, do aumento do desemprego e da taxa de inadimplência.
Em 2015, a economia brasileira já havia registrado encolhimento, de 3,8%. Já em 2014, houve um crescimento de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB).
Para tentar reaquecer a economia, o governo Michel Temer tem anunciado medidas como a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O Banco Central também vem reduzindo a taxa Selic, o que deve se traduzir em queda dos juros dos empréstimos bancários.
O resultado da "prévia do PIB" anunciado nesta quinta é pior do que esperado pelo mercado financeiro. Na pesquisa mais recente feita pelo BC, com as opiniões colhidas na semana passada, os analistas dos bancos previram um tombo de 3,5% para o PIB em 2016, na comparação com 2015.

Contração no fim do ano

Os dados do Banco Central também apontam que a economia brasileira terminou o ano de 2016 com queda. Foi registrada contração tanto em dezembro quanto no quarto trimestre do ano passado.
O IBC-Br mensal, após o ajuste sazonal (considerado mais apropriado para esta comparação), registrou recuo de 0,26% em dezembro.
Já no último trimestre de 2016, segundo indica a "prévia do PIB" do Banco Central, houve uma contração de 0,37%. Os números revisados indicam uma queda de 1,64% no primeiro trimestre do último ano, uma retração de 0,43% no segundo trimestre e uma alta de 0,38% no terceiro trimestre.

IBC-Br x PIB

Embora o cálculo seja um pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE. O Banco Central já informou anteriormente que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado.
Recentemente, o BC atualizou a metodologia de cálculo, incorporando novos indicadores, com destaque para a utilização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) em substituição à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), além de outras mudanças.

Definição dos juros

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, os juros básicos estão em 13% ao ano.
Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2017, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Neste ano, o mercado financeiro acredita que a inflação oficial ficará abaixo da meta central de 4,5% - algo que não acontece desde 2009. O Banco Central tem dito que mira no centro da meta de inflação de 4,5% nos anos de 2017 e de 2018.

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Mercado prevê inflação no centro da meta em 2017


Expectativa dos analistas de mercado para o IPCA deste ano recuou de 4,64% para 4,47% na semana passada; desde 2009 o índice não fica no centro da meta, que atualmente é de 4,5%.

 

Os economistas do mercado financeiro baixaram sua estimativa de inflação para este ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,64% para 4,47% na semana passada.
As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (13) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
Com isso, o mercado financeiro passou a estimar que a inflação ficará abaixo da meta central de inflação deste ano, fixada em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e que o objetivo central será atingido. A última vez que o mercado havia estimado que a meta central de inflação deste ano seria atingida foi em outubro de 2013, quando os economistas estimaram um IPCA de 4,50% para 2017.
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. Naquele momento, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa, que acabou se espalhando pelo mundo. A piora da crise financeira veio após o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.
Pelo sistema de metas de inflação vigente, a meta não pode ser considerada formalmente descumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância - que, para 2017, é de 1,5 ponto percentual. Neste caso, a inflação pode oscilar entre 3% e 6%. A inflação já havia ficado dentro do intervalo no ano passado - após ter sido descumprida em 2015 ao superar a barreira dos 10%.
A previsão de que a meta central será atingida neste ano está relacionada com o baixo nível de atividade. O Brasil passa por um período de forte recessão, embora indicadores comecem a apontar para uma melhora do nível de atividade nos últimos meses. Mesmo assim, o desemprego e a inadimplência permanecem altas.
Com a economia fraca, a inflação está bem comportada. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA ficou em 0,38% no primeiro mês de 2017 - o mais baixo para janeiro da série histórica, que teve início em dezembro de 1979. No mesmo mês de 2016, o IPCA havia atingido 1,27%.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 4,50%. O índice está em linha com a meta de inflação do período (4,5%) e também abaixo do teto de 6% para o ano que vem.

Produto Interno Bruto

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro baixou a previsão de um crescimento de 0,49% - expectativa da semana anterior - para uma alta menor: de 0,48%.
O governo estima uma alta de 1%, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já confirmou que deverá revisar este número para baixo.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Em 2015, houve uma contração de 3,8%, a maior em 25 anos. O resultado de 2016 ainda não foi divulgado pelo IBGE, mas a previsão do mercado é de um "tombo" próximo de 3,5%. Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.
Para 2018, os economistas das instituições financeiras, porém, subiram de 2,25% para 2,30% sua estimativa de expansão do PIB.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 9,50% ao ano no fechamento de 2017. Atualmente, os juros estão em 13% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa os economistas dos bancos para taxa Selic continuou 9% ao ano. Com isso, estimaram que o processo de corte dos juros terá continuidade no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos

Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 recuou de R$ 3,40 para R$ 3,36. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para o dólar caiu de R$ 3,50 para R$ 3,49.
A projeção do relatório Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 46,5 bilhões para US$ 47,2 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit recuou de US$ 40,5 bilhões para US$ 40,2 bilhões.
A projeção do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2017 permaneceu inalterada, em US$ 70 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas ficou estável em US$ 71,9 bilhões.

 

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