Tecnologia do Blogger.

Estudo revela que 8% da riqueza mundial está em paraísos fiscais

Ao menos US$ 7,6 trilhões - 8% da riqueza mundial - estão em contas de particulares em paraísos fiscais

A Lenda oriental

Um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e aproximando-se de um velho perguntou-lhe:

8 coisas que seu banco não vai lhe dizer

Ao abrir uma conta, pedir um empréstimo ou fazer um investimento por meio do seu banco, nem sempre as condições ficam claras..

Veja 7 filmes que passam lições valiosas para os negócios

"Cada longa-metragem carrega uma mensagem poderosa para a vida pessoa e para a cultura das organizações"

Ativo Intangível: Mensuração e Reconhecimento

Emergem do grupo de contas do ativo, os ativos intangíveis. Tendo como principal característica a sua imaterialidade...

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Desemprego fica em 12% no 4º trimestre de 2016 e atinge 12,3 milhões


Essa é a maior taxa da série do indicador, iniciada em 2012.Em 2016, a taxa média de desemprego ficou em 11,5%, depois de atingir 8,5% no ano anterior. 

 

O desemprego seguiu em alta no final do ano passado e subiu para 12% no quartro trimestre, segundo dados divulgados nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua. Esse é o maior índice da série histórica do indicador, iniciada em 2012. No ano de 2016, a taxa média de desocupação ficou em 11,5%.
No trimestre de outubro a dezembro, o Brasil tinha 12,3 milhões de pessoas desocupadas. O número representa um aumento de 2,7% em relação ao trimestre de julho a setembro e de 36% na comparação com o último trimestre de 2015.
Já a população ocupada somou 90,3 milhões de pessoas. Em relação ao trimestre anterior, esse número cresceu 0,5%, mas frente ao quarto trimestre de 2015, caiu 2,1%. 
Desse total, 34 milhões de pessoas que estavam empregadas no setor privada tinham carteira de trabalho assinada. Do terceiro para o quarto trimestre, não houve alteração no contingente, no entanto, recuou quase 4% na comparação com o final do ano anterior.
Com o aumento do desemprego, a categoria dos trabalhadores por conta própria chegou a 22,1 milhões de pessoas, registrando um aumento de 1,3% em relação ao trimestre de julho a setembro, mas caiu 3,4% diante do quarto trimestre de 2015.
Quanto aos trabalhadores domésticos, não houve aumento nem diminuição da quantidade, estabilizada em 6,1 milhões de pessoas.
O desemprego aumentou, mas o rendimento médio dos trabalhadores não subiu nem caiu em relação ao trimestre anterior e ao quarto de 2015, ficando em R$ 2.043.
Em relação ao trimestre de julho a setembro, a categoria dos empregados no setor privado sem carteira viu seu rendimento cair, em média, 3,7%. Na outra ponta está a dos empregados no setor público, cujos rendimentos cresceram 2,2%.
Frente ao ano anterior, os trabalhadores por conta própria tiveram queda de 3,5% no rendimento. De acordo com o IBGE, as outras atividades não tiveram variação significativa.

Taxa média em 2016

Em 2016, a taxa média de desemprego ficou em 11,5%, depois de atingir 8,5% no ano anterior. O número desempregados subiu de 8,6 milhões, na média de 2015, para 11,8 milhões, em 2016 - uma alta de 37%. Por outro lado, a população ocupada caiu de 92,1 milhões de pessoas para 90,4 milhões. O número de empregados com carteira assinada no setor privado recuou caiu 3,9%, chegando a 34,3 milhões em 2016.
O rendimento médio recuou 2,3%: de R$ 2.076 em 2015 para R$ 2.029, no ano seguinte.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apresentados no final de janeiro, a economia brasileira voltou a fechar um grande número de postos de trabalho com carteira assinada em 2016, ano ainda marcado pela forte recessão que atinge o país. No ano passado, as demissões superaram as contratações em 1,32 milhão de vagas formais.

 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Redução do calote de pessoas físicas não impede alta dos juros em 2016


Taxa de inadimplência teve uma sensível queda, mas não foi suficiente para segurar avanço nos juros do crédito em meio à piora do desemprego e recessão.

 

Mesmo com uma sensível queda da taxa de inadimplência entre as pessoas físicas no ano passado, os juros médios cobrados pelos bancos e financeiras não pararam de subir em 2016. A inadimplência elevada no Brasil era apontada como uma das causas para o encarecimento do crédito no Brasil. Para economistas, a redução do percentual de dívidas em atraso não mudou a percepção de alto risco agravada pelo desemprego e pela crise econômica.
O nível de inadimplência entre pessoas físicas com recursos livres (que excluem crédito imobiliário, rural e o BNDES) recuou 0,3 ponto percentual (p.p.) no fechamento de 2016, para 6,05% – enquanto o atraso nas dívidas das empresas continuou em alta.
Nesse período, as taxas de juros médias cobradas das pessoas físicas em 2016, também com recursos livres (sem subsídios ou taxas reguladas) saltaram 7,78 pontos percentuais, para 71,46%, segundo dados do Banco Central. A trajetória de alta se manteve até novembro, após o primeiro corte da taxa básica de juros (Selic) em quatro anos.
O nível de calotes e a taxa básica de juros, a Selic (importante balizador do custo do crédito), servem como termômetros para os bancos decidirem quanto vão cobrar de juros nos financiamentos e empréstimos. Quanto menor o risco de crédito (inadimplência), maior a tendência de queda dos juros no mercado.

Renegociação de dívidas pesou

Para o economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Nicola Tingas, a leve queda da inadimplência de pessoas físicas em 2016 tem relação com um esforço maior para renegociar as dívidas.
“Foi um ano de muitos mutirões de renegociação para limpar o nome. Desde o final de 2015 observamos um movimento maior da parte de cobrança para refinanciar dívidas dos consumidores, inclusive por parte dos bancos”, afirma o economista.
"Desde o final de 2015 observamos um movimento maior da parte de cobrança para refinanciar dívidas dos consumidores, inclusive por parte dos bancos”.
Apesar da menor procura por financiamentos de longo prazo, como o de automóveis e eletrodomésticos, Tingas observa que houve uma demanda mais elevada por liquidez nas linhas de crédito emergenciais como o cheque especial e o cartão de crédito.
Essas modalidades, recomendadas para giro rápido de dinheiro no curtíssimo prazo, bateram recordes sucessivos de alta dos juros em 2016, pelo grande risco de descontrole no pagamento. “A inadimplência nessas linhas é altíssima e o risco subiu muito por conta dessa procura maior”, avalia o economista da Acrefi.
Na avaliação da economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti, a queda da inadimplência foi muito inexpressiva no contexto de inédita retração da oferta de crédito. Com o aumento do desemprego, o saldo total do crédito bancário teve o primeiro recuo da série histórica do Banco Central, que começou em 2007. A queda foi de 3,5%, para R$ 3,1 trilhões.
“Apesar da melhora da expectativa para a economia, da confiança e da inflação, os bancos ainda projetam um cenário de alto risco para a inadimplência em função da demora para uma reação. O desemprego ainda deve subir antes de começar a cair com a retomada da produção”, avalia Marcela.

Perspectiva de queda dos juros

Desde outubro, o BC reduziu a taxa Selic por três vezes seguidas. Na última elevação, os juros básicos sofreram um corte mais brusco, de 0,75 ponto percentual, passando a 13% ao ano. Logo após a decisão do Copom, vários bancos anunciaram a redução dos juros em algumas linhas de crédito.
Segundo Marcela, economista-chefe do SPC, a queda dos juros bancários em dezembro já reflete o ciclo de corte da Selic, mas de forma bem modesta. Em dezembro, as taxas com recursos livres para pessoas físicas e jurídicas recuaram 2 pontos percentuais, para 52% ao ano, contra 54% ao ano em novembro, mas recuaram no acumulado de 2016.
“Uma queda mais acentuada [dos juros] só vai aparecer depois que o desemprego efetivamente cair”.
Para os economistas, é natural que o efeito da Selic mais baixa demore a aparecer no custo do crédito. “Devemos ver quedas pequenas no começo deste ano como as vistas em dezembro”, prevê Marcela. “Uma queda mais acentuada só vai aparecer depois que o desemprego efetivamente cair”, acrescenta.
Para Tingas, da Acrefi, mesmo com um cenário mais favorável à futura redução dos juros, é cedo para prever quando as taxas começarão a cair. “Nos próximos meses esse processo de ajuste da inadimplência e da curva de juros medida pelo BC vai ficar mais nítido”, avalia.
 

sábado, 21 de janeiro de 2017

Heineken comprará Brasil Kirin por US$ 870 milhões, diz jornal


Brasil Kirin foi criada em 2012 após a compra da Schincariol pela japonesa Kirin Holdings Company.

A japonesa Kirin Holdings chegou a um acordo com a holandesa Heineken para vender suas operações no Brasil por cerca de 100 bilhões de ienes (US$ 870 milhões), segundo reportagem do jornal japonês Nikkei.
De acordo com a reportagem, Kirin Holdings vai vender ainda este ano a Brasil Kirin – que fabrica a Schin – saindo do mercado brasileiro, com o negócio perdendo efervescência numa economia estagnada.
Procurada pelo G1, a Heineken não comentou o assunto e a Brasil Kirin não retornou as ligações.
A Brasil Kirin foi criada em 2012 após a compra da Schincariol pela Kirin Holdings Company em 2011. A empresa possui 12 empresas em 10 estados do país. O portfólio de bebidas inclui cervejas, refrigerantes, sucos, energéticos e águas das marcas Schin, Devassa, Baden Baden, Eisenbahn, Cintra, Glacial, Água Schin, Fibz, ECCO, Itubaína, Skinka e Viva Schin.

 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Grandes petroleiras voltam a buscar aquisições após melhoria no cenário


Desde o final de novembro, as principais companhias petrolíferas anunciaram 11 negócios no valor de mais de 500 milhões de dólares cada.

 

As maiores companhias de petróleo do mundo voltaram a buscar aquisições, mirando principalmente pequenas empresas de exploração e desenvolvimento que possam aumentar suas reservas de petróleo e gás, ao invés das megafusões que se seguiram à queda dos preços do petróleo.
Desde o final de novembro, as principais companhias petrolíferas anunciaram 11 negócios no valor de mais de 500 milhões de dólares cada, com um valor combinado de 31 bilhões de dólares, em um claro sinal de que os executivos do setor estão mais confiantes de que uma recuperação está em andamento.
Quando os preços do petróleo entraram em colapso no segundo semestre de 2014, as grandes empresas petrolíferas cortaram investimentos em exploração e produção e desfizeram-se de ativos para reduzir a dívida e lidar melhor com a menor receita proveniente das vendas de petróleo e gás.
Mas com os reservatórios de petróleo em declínio a uma taxa de 10% por ano, em alguns casos, as grandes empresas de petróleo agora buscam ativos voltar a crescer. Ao mesmo tempo, há uma série de empresas menores endividadas e em busca de investidores.
As aquisições totais de campos de petróleo e gás triplicaram para 31 bilhões de dólares em dezembro ante o mês anterior, quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo concordou em cortar a produção pela primeira vez em oito anos, de acordo com dados da consultoria Energy Market Square.
Os negócios no último mês de 2016 representaram sozinhos quase um quarto da atividade total ao longo do ano.
"Quando você corta investimentos, e dois anos e meio depois vê a produção declinando e as reservas se esgotando, só há uma escolha, que é ir atrás de recursos de alta qualidade", disse o co-gerente da Guinness Global Oil and Gas Exploration Trust, Sachin Oza. "Se você não gastou seu tempo com essas oportunidades...você só tem uma opção: tem que comprá-las", disse.

 

domingo, 15 de janeiro de 2017

Odebrecht pagará US$32 mi em acordo com Ministério Público da Colômbia


Empresa já fechou acordos com governos de EUA, Brasil e Suíça e está em negociação com outros países da América Latina.

 

A Odebrecht ofereceu pagar US$ 32 milhões ao governo da Colômbia como parte da colaboração nas investigações abertas sobre pagamento de suborno para conseguir obras no país, afirmou o Ministério Público local em seu site.
"A Odebrecht solicitou um princípio de acordo ao gabinete do Procurador-Geral, a fim de colaborar no processo e obter imunidade no sistema acusatório", afirma trecho do documento.
"A acusação, de acordo com a lei, condicionou sua concessão ao pagamento de uma indenização integral do dano causado à administração pública na Colômbia por estes eventos, estimada em 32 milhões de dólares, o que foi aceito", acrescenta o comunicado, informando que o acordo foi feito na véspera.
A empresa está negociando com diversos países acordos para encerrar as investigações sobre pagamentos de propina para obtenção de contratos. Veja os desdobramentos dos acordos em discussão.
A Odebrecht aceitou pagar US$ 59 milhões ao governo do Panamá como parte de negociações com a Procuradoria-Geral do país, que também investiga a empreiteira por pagamento de subornos a autoridades locais.
A companhia também havia fechado acordo com o Peru na semana passada, aceitando pagar inicialmente US$ 8,9 milhões e dar informação sobre pagamento de suborno, também para ganhar licitações de obras.
A empresa, um dos principais alvos da operação Lava Jato no Brasil, fechou acordo em dezembro com o Ministério Público Federal, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Procuradoria-Geral da Suíça para pagar US$ 3,83 bilhões para por fim à investigações sobre seu envolvimento em atos ilícitos em 12 países.
A Odebrecht disse, em comunicado, que vem cooperando com autoridades brasileiras e estrangeiras para o avanço de investigações. " A extensa colaboração promovida demonstra o seu entendimento por uma necessária mudança de postura na relação entre entes públicos e privados. A empresa vem adotando as medidas necessárias para aprimorar seu compromisso com práticas empresariais éticas e de promoção da transparência em todas as suas ações, com o objetivo de virar a página e evoluir continuamente."

 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Trabalhadores com mais de 65 anos ocupam menos de 1% das vagas formais


Proposta de reforma da Previdência prevê que brasileiro trabalhe além dos 65 anos para obter aposentadoria integral; em 2015, havia 137,6 mil trabalhadores com essa faixa etária, de um total de 48 milhões de pessoas.

 

Se a proposta de reforma da Previdência do governo federal for aprovada, a maioria dos brasileiros terá que trabalhar além dos 65 anos para conseguir a aposentadoria integral e manter seu padrão de vida na terceira idade. Quem optar por esse caminho, vai esbarrar em um número limitado de vagas formais para os idosos no mercado de trabalho brasileiro.
Estimativas do IBGE apontam que cerca de 16 milhões de pessoas com mais de 65 anos fazem parte da população brasileira. No entanto, apenas 137,6 mil deles ocupam vagas formais no mercado de trabalho, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015. Esse grupo representa apenas 0,3% dos 48 milhões de trabalhadores formais na economia brasileira em 2015.
Além dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que englobam os trabalhadores celetistas (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, CLT), os números da Rais também incluem os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores temporários.
De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015, dos 5.570 municípios do país, 906 não tinham nenhum trabalhador com essa idade. A maior parte dos municípios (4.234) tinham, cada um, menos de 50 trabalhadores com 65 anos ou mais.
Entre as cidades com trabalhadores acima de 65 anos, aquela que tem mais pessoas nessa condição é São Paulo (15.756), seguida por Rio de Janeiro (10.935), Belo Horizonte (3.652), Brasília (3.508), Fortaleza (3.116), Salvador (3.072), Porto Alegre (3.011), Curitiba (2.957), Recife (2.873) e Belém (1.897).

 

Reforma da Previdência

O governo federal apresentou no início de dezembro uma proposta para a reforma da Previdência Social. Uma das principais mudanças é a criação de uma idade mínima de aposentadoria, de 65 anos, para homens e mulheres. Essa regra inviabilizaria que trabalhadores mais jovens se aposentassem por tempo de contribuição, como ocorre atualmente.
A proposta também muda o cálculo do benefício do aposentado. Para conseguir a aposentadoria integral, o trabalhador deveria contribuir por 49 anos. Ou seja, apenas aqueles que começaram a trabalhar com 16 anos teriam aposentadoria integral ao se aposentar com a idade mínima.
A proposta está em tramitação no Congresso Nacional e ainda pode sofrer modificações antes de entrar em vigor.
Veja calculadora do G1 que estima idade de aposentadoria se nova regra entrar em vigor. 

Idosos na economia informal

De acordo com a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano, o número de idosos com mais de 65 anos trabalhando sobe quando se considera também o mercado informal.
Citando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, ela informou que havia cerca de 2,82 milhões de trabalhadores com mais de 65 anos no país em 2014 – enquanto que a população economicamente ativa somava mais de 100 milhões de pessoas.
"As pessoas se aposentam mais cedo. Aqui no Brasil, a legislação permite que as pessoas se aposentem cedo e continuem trabalhando. Provavelmente, muitos dos que voltaram a trabalhar estão nas atividades informais", avaliou a pesquisadora. Segundo ela, muitos trabalhadores com mais de 65 anos atuam no setor de serviços ou na agricultura.
A pesquisadora defende a necessidade de se fazer uma reforma da Previdência no país, com aumento da idade mínima, mas avaliou que é necessário oferecer um "pacote mais completo" para a população, englobando também medidas de saúde e de capacitação de idosos para o mercado de trabalho.
"Hoje se fala muito em requalificação continuada com essa mudança tecnológica. Seria importante o Ministério do Trabalho oferecer medidas de capacitação e dar algum incentivo para que as empresas empreguem o trabalhador mais velho", concluiu ela.
Para o secretário de Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, esses números mostram a "realidade do Brasil", onde os trabalhadores ingressam muito cedo no mercado de trabalho.
De acordo com Severo, os empregadores são "preconceituosos". "Um trabalhador acima de 45, 50 anos não consegue voltar para o mercado de trabalho, que é altamente rotativo. Há uma resistência por parte dos empregadores em contratar pessoas com mais idade, assim como os planos de Saúde [em aceitar pessoas com mais idade]. É por isso que o mercado de trabalho exige pessoas jovens e, ao mesmo tempo, com experiência, [o que é] uma contradição. Isso vai cada vez mais dificultando a vida de quem tem mais idade", declarou.
"A CUT é contrária a ter idade mínima para aposentadoria. Defendemos a lógica do tempo de contribuição, de 30 anos para mulher e 35 para homem, como está hoje", afirmou ele.

Empresas terão de se adaptar

Segundo Celso Bazzola, especialista em Recursos Humanos e diretor da consultoria de RH BAZZ, o mercado de trabalho mudou muito nos últimos anos. "Até 2007, 2008 havia uma tendência maior de não absorver mão de obra com uma maior idade, mas as empresas vêm percebendo que a experiência é importante. Isso já está mudando nos últimos anos", afirmou Bazzola.
Para ele, com a possibilidade de mudança nas regras de aposentadoria, com a instituição de uma idade mínima de 65 anos, conforme a proposta do governo, o mercado de trabalho, principalmente, as empresas, terão de começar a analisar a integração de profissionais mais experientes nos seus quadros profissionais.
"Vai ser algo bastante gradativo e muito pontual [o aumento da contratação de pessoas com mais idade]. Vai crescendo conforme acontece em outros países já", avaliou Bazzola.
Segundo o especialista em recursos humanos, os profissionais com mais idade tendem a atuar como "tutores" para os mais jovens, em escolas, cursos universitários, "coaching", e engenharia por exemplo. "Existe uma absorção interessante acima de 45 anos [nessas áreas]."

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Programas de cortes em estatais têm adesão de mais de 37 mil funcionários em 2 anos


Levantamento do G1 mostra adesões a PDVs e programas de aposentadoria incentivada em 11 estatais federais. Novos planos anunciados podem gerar mais de 22 mil cortes adicionais.

A onda de demissões chegou também nas estatais. Diante das limitações legais para promover o corte de pessoal, as empresas públicas estão recorrendo a Planos de Demissão Voluntária (PDV) ou a programas de aposentadoria incentivada para enxugar a folha e, assim, tentar aliviar o caixa. Levantamento feito pelo G1, a partir de informações do Ministério do Planejamento e das próprias empresas, mostra que os programas de desligamento lançados tiveram a adesão de 37.626 funcionários em 11 estatais entre 2015 e 2016. E o número deve aumentar. Alguns dos programas seguem com inscrições abertas e estatais como Caixa Econômica Federal, Correios e Eletrobras já anunciaram que lançarão novos PDVs que, juntos, podem representar mais de 22 mil cortes adicionais.  
Em tempos de recessão e rombo recorde nas contas públicas, o governo tem incentivado esses programas, até mesmo para tentar afastar a necessidade de aporte federal em empresas em dificuldades financeiras, como Correios e Eletrobras.
Segundo o Ministério do Planejamento, entre 2015 e 2016, foram autorizados planos de desligamento incentivados em estatais com previsão de alcance de 38.512 funcionários. A Petrobras, que não precisa de aval da pasta para anunciar esse tipo de programa, lançou um PDV para um público-alvo de 12 mil empregados no ano passado e conseguiu a adesão de 11.720 (98%).
Os maiores planos de dispensa autorizados nos 2 últimos anos, além do da Petrobras, foram do Banco do Brasil (BB), com autorização para corte de até 16.208 empregados e dos Correios (8.200), com adesões de 89% e 98%, respectivamente. Em estatais como Correios e Banco da Amazônia a adesão foi menor, abaixo de 40%.
A maioria dos desligamentos incentivados nos 2 últimos anos refere-se a planos de aposentadoria incentivada, voltados a trabalhadores que já estavam aposentados pelo INSS ou com mais de 50 anos de idade. Mas empresas como Caixa e Correios já anunciaram que pretendem lançar agora um programa de demissão voluntária, com uma oferta de uma espécie de "salário-demissão" para incentivar as adesões.

Número de empregados cai 4% em 2 anos

Segundo dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, o número total de funcionários empregados em estatais federais caiu de 494.370 no final de 2014, antes do início da onda de programa de desligamentos incentivados, para 473.292 até outubro de 2016 (último dado disponível), o que representa uma queda de 4,3%.
O pico do emprego nas estatais nos últimos 20 anos foi registrado no final de 2013, quando o total chegou a 502.226 empregados. Depois disso, o próprio governo Dilma Rousseff entendeu que a estrutura das estatais estava inchada e iniciou um processo de redução nas equipes. Desde 2014 foram três anos consecutivos de redução no quadro das estatais.
Nos últimos 2 anos, considerando todas as contratações e demissões, o saldo líquido de quadro de funcionários em estatais ficou negativo em 21 mil no acumulado até outubro do ano passado.
O Ministério do Planejamento é o responsável por determinar o limite máximo de funcionários em cada estatal, cabendo à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) autorizar os planos de desligamento solicitados pelas empresas. "Temos estabelecido como requisito para a aprovação do plano a redução do quadro de pessoal das empresas em quantitativo próximo ao número de empregados que aderiram ao plano, bem como outras contrapartidas no sentido de racionalizar e reduzir a estrutura organizacional da empresa", informou a secretaria.

Estatais seguem tendência do setor privado

As medidas de enxugamento das estatais são bem recebidas pelo mercado, e o volume de desligamentos tem surpreendido.
"A crise chegou e obrigou as estatais a fazer isso. Não tenho memória de algo parecido neste volume", afirma o consultor de empresas especialista em reestruturação Riccardo Gambarotto, sócio da RGF Associados.
Ele explica que a folha de pagamento costuma representar um dos maiores custos das empresas e que programas de incentivo ao desligamento voluntário de funcionários costumam ser o primeiro passo de qualquer processo de reestruturação. "É o que toda empresa faz para aumentar a produtividade. Você precisa de menos gente para fazer o mesmo trabalho", diz.
O economista Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados, afirma que PDVs e programas de aposentadoria incentivada costumam ser as demissões menos traumáticas e também são normalmente utilizados pelo setor privado. "São sistemas que envolvem muitas vezes um jogo de ganha-ganha, porque oferecem uma mudança no horizonte no tempo de aposentadoria ou o pacote permite que o funcionário se replaneje profissionalmente. Do outro lado, permite que a empresa troque um gasto no curto prazo por uma boa economia no médio e longo prazo", explica.
Segundo eles, a maior diferença entre programas de dispensa incentivada no setor público e no setor privado é que no primeiro há uma série de limitações legais que restringem a transferência de funcionários entre diferentes áreas, o que exige maior diálogo com os funcionários antes da formatação e lançamento dos PDVs, de forma a evitar perda de eficiência ou esvaziamento de algum setor.

Ajuste fiscal e busca por maior eficiência

Para os especialistas, as estatais também precisam contribuir para o ajuste fiscal e para o reequilíbrio das contas públicas. "Acabou o dinheiro. A farra terminou. Está todo mundo quebrado, o estado está quebrado e não tem onde pedir dinheiro. Então tem que fazer o ajuste, ainda que forçadamente", diz Gambarotto, lembrando que o corte de vagas tem sido generalizado no setor privado.
Dados do Ministério do Trabalho mostram que o país perdeu 858 mil postos formais de trabalho no ano passado. Já são 20 meses seguidos em que o número de demissões supera o de contratações. O fechamento de vagas com carteira assinada contribuiu para o aumento do desemprego, que atingiu uma taxa de 11,9% em novembro e já afeta mais de 12 milhões de pessoas.
Para Oliveira, diante da baixa produtividade e ineficiência das estatais, o movimento de cortes e enxugamento precisaria ser ainda mais abrangente e deveria incluir também a privatização de algumas empresas. "Além da uma necessidade de colaborar com o ajuste fiscal nos próximos 3 a 4 anos, o Estado precisa ser mais enxuto e mais estratégico, o que requer menos pessoas e mais inteligência", afirma.
O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda no governo Dilma e pesquisador da FGV, Márcio Holland, lembra que só no âmbito federal são 154 estatais. "Não faz mais o menor sentido para o país ter tantos bancos públicos, nem empresas públicas tão ineficientes como os Correios, a Caixa, o Basa, a Eletrobras, muito menos diversas empresas públicas criadas para atuar a favor de poucos, como BBTur ou uma Infraero. Enxugamento de quadro de funcionários, aumento de suas eficiências e de prestação de serviços de qualidades, combinado com um amplo programa de privatizações são importantes medidas na agenda de reforma do estado brasileiro", afirma.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Confiança econômica na zona do euro sobe mais que o esperado em dezembro



Houve um maior otimismo na França, na Alemanha e na Holanda.


A confiança econômica na zona do euro foi muito melhor do que o esperado em dezembro graças a um maior otimismo na França, na Alemanha e na Holanda, sendo que as expectativas de inflação entre os consumidores aumentaram ainda mais, conforme dados da Comissão Europeia divulgados nesta sexta-feira.
A pesquisa mensal da comissão revelou que a confiança econômica nos 19 países que usam o euro subiu para 107,8 em dezembro, de 106,6 em novembro, muito acima da média a longo prazo de 100. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 106,8.
Enquanto as expectativas na indústria de preços ao produtor permaneceram estáveis, as expectativas de inflação subiram para 8,8 pontos em dezembro de 6,3 em novembro e 4,3 em outubro.
Por sua vez as vendas no varejo em novembro caíram na comparação mensal após alta em outubro, pressionadas principalmente pela queda nas compras de produtos não alimentícios, segundo estimativas da Eurostat.
As vendas no varejo na região caíram 0,4% em novembro sobre outubro, informou a agência de estatísticas da União Europeia, confirmando as expectativas do mercado.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Brasileiros pagaram R$ 3,3 bilhões de bandeira tarifária em 2016


Valor arrecadado com a cobrança extra na conta de luz foi 77,6% menor que em 2015. Com melhora nos reservatórios de hidrelétricas, bandeira ficou verde na maior parte do ano passado.

 

Os brasileiros pagaram em 2016 cerca de R$ 3,3 bilhões a mais nas contas de luz devido à cobrança da taxa extra da bandeira tarifária, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esse valor é 77,6% menor que os R$ 14,726 bilhões pagos em 2015, primeiro ano em que o sistema vigorou.
Os R$ 3,3 bilhões se referem à arrecadação de janeiro a novembro de 2016. No mês de dezembro, a bandeira ficou na cor verde, ou seja, sem cobrança extra na conta de luz. Mesmo assim, valores residuais referentes a dezembro podem ser incluídos na soma.
A arrecadação em 2016 foi menor porque choveu mais, o que levou à melhora na situação dos reservatórios das hidrelétricas e reduziu a necessidade do uso das termelétricas - usinas que geram energia mais cara, por meio da queima de combustíveis. Por conta disso, em 2016 a bandeira só ficou vermelha em janeiro e fevereiro e amarela em março e novembro. No restante do ano, ela ficou verde e não houve cobrança extra na conta de luz.
Em 2015, a forte estiagem reduziu o volume de água armazenado nos reservatórios das hidrelétricas, o que exigiu o acionamento de um número maior de termelétricas. A bandeira ficou vermelha durante todo aquele ano.

A bandeira tarifária instituiu uma cobrança extra na conta de luz sempre que o custo de geração de energia fica mais alto, em decorrência do acionamento de usinas termelétricas. Atualmente quando o custo da térmica mais cara do sistema é de até R$ 211,28 por megawatt-hora (MWh) a bandeira fica verde, o que significa que não há cobrança extra.
Se a térmica mais cara estiver entre R$ 211,28/MWh e R$ 422,56/MWh a bandeira acionada é a amarela, que implica em uma cobrança de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumido. A bandeira tarifária vermelha 1 é acionada quando o custo da térmica mais cara estiver entre R$ 422,56/MWh e R$ 610/MWh, o que levará a uma cobrança de R$ 3 por 100 kWh e a vermelha 2 é acionada sempre que a térmica ultrapassar o custo de R$ 610/MWh, o que implica na cobrança de R$ 4,50 a cada 100 kWh. 

Reajuste
No final de 2016, a Aneel propôs um aumento de 33% para o valor da bandeira tarifária amarela, que passaria de R$ 1,50 / kWh consumido para R$ 2 / kWh. Na revisão do cálculo das bandeiras tarifária proposta pela Aneel, o custo da bandeira tarifária vermelha 1 continuaria em R$ 3 / kWh e a bandeira vermelha 2 passaria de R$ 4,50 / kWh para R$ 3,50 / kWh.
O processo entrou em audiência pública e deve retornar à pauta da agência no início deste ano. A primeira reunião da diretoria da Aneel está marcada para o dia 17 de janeiro.

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Mercado estima inflação de 4,87% e alta de 0,5% no PIB em 2017


Previsão faz parte de relatório do mercado divulgado pelo Banco Central; estimativa de inflação para 2016 caiu de 6,40% para 6,38%.

 

Economistas do mercado financeiro estimaram um cenário de menos inflação para 2016, mas elevaram a previsão para 2017, de acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central. Para o Produto Interno Bruto (PIB) os analistas mantiveram suas previsões de queda 3,49% na atividade econômica em 2016 e de crescimento de 0,5% para 2017.
A expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016 caiu de 6,40% para 6,38%. Foi a oitava queda seguida do indicador oficial da inflação.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação subiu de 4,85% para 4,87%. Apesar da leve alta, o índice de inflação para este ano se mantém próximo ao centro oficial da meta de inflação, que é de 4,5%.
A meta de inflação tem um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Assim, pode oscilar de 2,5% a 6,5%, sem que seja descumprida. Em 2015, a inflação ultrapassou esse intervalo e fechou o ano em 10,67% - a maior desde 2002.

Taxa de juros

Apesar do leve aumento na estimativa de inflação para 2017, os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, de 10,50% para 10,25% no fechamento de 2017, reforçando a expectativa de que o BC continuará o processo de corte de juros no ano que vem. Atualmente a Selic está em 13,75%.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para conter pressões inflacionárias. Taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.

Câmbio, balança e investimentos

No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fechamento de 2017 caiu de R$ 3,50 para R$ 3,48.
A projeção para o superávit (exportações maiores que importações) da balança comercial em 2016 se manteve em US$ 47,1 bilhões. Para 2017, o superávit previsto aumentou de US$ 45,85 bilhões para US$ 46,98 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimento estrangeiro direto no Brasil subiu de US$ 68 bilhões para US$ 69 bilhões e, para este ano, ficou inalterada em US$ 70 bilhões, pela sétima semana consecutiva.

 

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial