Em relatório, a organização prevê que a taxa de desocupação comece a cair em 2018.
O desemprego na região da América Latina deve terminar 2017 em alta pelo
terceiro ano consecutivo, mas a previsão para 2018 é de queda no índice
que mede a desocupação. É o que estima a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) em relatório divulgado nesta segunda-feira (18), que
aponta ainda que a recuperação do Brasil já se reflete no mercado de
trabalho.
Segundo a OIT, a taxa de desocupação na América Latina deve terminar o
ano em 8,4%, depois de fechar 2016 em 7,9%. Para 2018, a previsão para o
dado é de 8,1%.
No entanto, os números são fortemente influenciados pelos dados do
Brasil, que representa cerca de 40% da população economicamente ativa da
região. Por isso, a OIT apresentou os mesmos dados sem incluir o Brasil
na conta.
O resultado é que, sem considerar o Brasil, o desemprego na América
Latina deve cair já em 2017, com a taxa de desocupação passando de 6,1%
no ano passado para 5,8%.
Segundo a pesquisa, a taxa de ocupação da região caiu 0,2 ponto
percentual no terceiro trimestre, puxada pelo recuo brasileiro de 0,8
ponto percentual no Brasil.
O Brasil se destaca no relatório da OIT como o maior crescimento da
taxa de desocupação no trimestre. No ano passado, 13 dos 19 países da
região tiveram aumento no índice no mesmo período, enquanto em 2017
foram apenas 9. Entre eles, o Brasil lidera o ranking de alta do
desemprego, com aumento de 1,8 ponto percentual.
No Brasil, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostra que, no trimestre terminado em outubro, o índice de desempregou ficou em 12,2% -
o que mostra queda em relação ao trimestre anterior, mas um aumento na
comparação com o ano passado. Além disso, O IBGE também mostra que, de
fevereiro a outubro, 74% das vagas de trabalho criadas no país foram informais.
Recuperação brasileira
A OIT aponta que “a recuperação do crescimento econômico no Brasil já
está se expressando em alguns desenvolvimentos positivos no mercado de
trabalho”.
“Com um crescimento esperado ainda mais alto em 2018, é muito provável
que melhorem os indicadores de desocupação brasileiros e regionais”, diz
a OIT, afirmando ainda que essa recuperação deve ajudar a impulsionar o
crescimento da região como um todo.
Segundo a OIT, alguns fatores que “explicam a recuperação da região
[...] estão associados ao comportamento das economias do Brasil e da
Argentina, que representam um pouco mais de 50% do PIB da região”.
“Se é certo que em 2016 o Brasil viu agravado seu panorama econômico adverso por uma crise política que, por um lado, paralisou a formulação de políticas econômicas e por outro, prejudicou gravemente a confiança, também é certo que o impacto da dita crise política sobre a economia brasileira se diluiu bastante durante 2017”, comenta a OIT.
O relatório aponta que a previsão de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) para o Brasil é de 0,7% em 2017 e 1,5% em 2018. Por aqui, o governo estima uma alta maior, de 1,1% neste ano e de 3% em 2018.